sexta-feira, 29 de outubro de 2010

UM POEMA BEM ALUSIVO

EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
EVASIVO
DISCURSIVO

sábado, 23 de outubro de 2010

CENSURA

Cuidado! Pensar é perigoso!
Veja só: Sócrates e Lamarca,
Robespierre e Che Guevara,
e Thomas Morus não esqueço.
Todos, todos estão mortos.

Cuidado! Não escreva mais poesias,
não gaste rimas em utopias.
Isso é perigoso, muito perigoso.

Não duvide dos jornais e da televisão.
Não há permissão para questionar.
Não chore! E nem sinta mais emoção,
pois, para lamentação, tempo não há.

Se tem fome
encolha o abdomen
Se tem dor
enrusta o terror
Se tem ódio
engula seu colóquio.

E siga tácito e submisso
sua vida miserável.
Siga seus impostos e compromissos
e forje um sorriso afável,
como se você achasse graça
da desgraça da sua existência
que (por prudência)
deve silenciar.
Pois pensar é perigoso.
É perigoso ter ideias!
Quem já as teve
ou já não vive
ou está louco.
Na sarjeta, meu irmão
rosto no esgoto.

Já o disse
e não repito de novo:
há muito perigo
em não ser comedido.
Trago a palavra amor

Trago ela como um cigarro.
Trago ela como um cuspe amargo.
Trago ela como um filme pornô.

Porque amor
não é cigarro
nem cuspe amargo
e menos ainda pornografia.

O amor é a dor
de quem não tem amor

mas ama.