Sobras
Sobrou esse quarto sombrio,
essa cama amarrotada,
vazia, desolada, sem destino.
Sobrou seu perfume esquecido no ar,
seu beijo espremido na boca
da minha louca imaginação,
que tenta acalentar-te ao escutar certa canção.
Sobrou seus cabelos levados... pelo vento.
Abandonados no cimento frio do chão,
onde fazem união com os tempos
daquela imensa paixão.
E de mim, meu amor,
o que sobrou?
Nada.
A não ser a sofreguidão deste poema
que no ar se perdeu em pena,
que sofreu,
que sobrou...