terça-feira, 22 de março de 2011

Sobras

Sobrou esse quarto sombrio,
essa cama amarrotada,
vazia, desolada, sem destino.

Sobrou seu perfume esquecido no ar,
seu beijo espremido na boca
da minha louca imaginação,
que tenta acalentar-te ao escutar certa canção.

Sobrou seus cabelos levados... pelo vento.
Abandonados no cimento frio do chão,
onde fazem união com os tempos
daquela imensa paixão.

E de mim, meu amor,
o que sobrou?
Nada.
A não ser a sofreguidão deste poema
que no ar se perdeu em pena,
que sofreu,
que sobrou...