sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Melão no escuro


Como ponto de luz adormecido no breu,
como vaga-lume iludindo-nos em seu rumo,
ou um excesso de luz que se instala no escuro,
uma fruta há. Sim, lembrança que não se perdeu.

Ou - quem sabe? - ela se esqueça de se lembrar
- devido... ao nosso devir da vida, fugaz
elixir; logo nos preenche se liquefaz -
que cristalizada no útero semente ainda há.

Há, porém, a doce lembrança que não se esquece
do silencioso melão servido no escuro;
sim, quieto e molhado melão, quase que mudo...

Quase um mundo que aparece e desvanesce.
Só dormem as cores, a um passo de despertar
e bailarem no mundo e deixarem-se vagar.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

íntimo


te teria nos braços
não só um só dia

mas como íntimo verso
que se carrega durante a vida