segunda-feira, 12 de julho de 2010

A esterilidade fecunda do ser


O seu olhar
é um plástico
que boia no mangue

centenas de anos...

É uma trepada com camisinha
que não estoura e sem história pra contar.

Estéril fecundidade do esperma.

Amor, seu olhar
é um cristal solto no meu intestino
que fica flatuendo milhares de anos...

É uma trapaça sem filhos.
Mas tenho vigorosos ossos
que, duros, cegos e alvos como porta,
se de-compõe rosto a rosto contigo.

- E nossos filhos?...
Olha-os, são os lírios.

Frágeis como o vidro.
Flácidos como o plástico.
Instantâneos como o grito.
E como o pântano, orgânicos.

Cristalizados num singular silêncio eterno.

2 comentários:

Catarina Cunha disse...

Nossa, Ivo...mas que coisa maravilhosa! De uma sensibilidade etérea muito....muito...não sei explicar, mas sinto o poema pulsar.

sissa disse...

grande poeta
e amigo ivo!!

vc a cada dia me surpeente.
trazendo oseu belo ,forte fortissimo alma,como um rio ,uma cachoeira,ou seria a propria trepada??
em estado bruto ??
querido voce se supera é pura arte cristalina, diamante bruto te amo!!valeu visse?
sua amiga si