quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

12

- Aí, na moral. Tem certas pessoa que tem que chegar pranchando mesmo.
- Qual é, mané!? Vai pranchar o cara?! Qual é seu nome cidadão?
- Josenilton.
- Então, Josenilton... Meu amigo tá bolado. Mas eu gosto de você.
- Ih... a lá. Tá defendendo o cara? Tá de vacilação?
- Vacilei com você, rapá?! Vai se fudê! Joseniltom, você trabalha?
- Trabalho sim senhor.
- Onde?
- Numa fábrica.
- Aí, na moral. Vamos terminar logo com isso.
- Sou trabalhador e tenho família, por favor.
- Aí, Josenilton. Tô com um guri de três anos. Esperto pra caralho. Gostei de você, pode ir... Tu é pai, né?
- Qual é, cara, vai liberar o cara?
- Josenilton, você é família, pode ir.
- Obrigado, obrigado...
Joseniltiom agradeceu novamente, deu meia-volta e andou alguns passos.
- Mano, me dá a doze aí. Testar.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Enseada

Depois disso tudo, amor
Por que não vamos à praia juntos
de guarda-chuva
antes que o mar chova e guarde
o girassol?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

A solidão não é sair de um quarto
sozinho. Muito menos um sorriso
alheio. Os pássaros nos galhos,
a incerteza de uma asa. Uma flor
inventada nunca está só. Se revela.

A solidão é invencionice, meu caro
de quem não está só.
sem título

se ainda não te fiz um poema
não é por falta de palavras
é por falta de versos mesmo
que caibam nesse nosso dilema