sábado, 4 de setembro de 2021

                              A Simone Conforto

O baile das saias


Ando nas estrelas
porque andar por baixo
anda muito chato.
Só verniz não espelha
solas de sapatos.

Curvo os arcos-íris
porque a curva do Homem
vai muito fechada.
Não flui, contradiz.
É ponta de faca.

Bailo de saias líquidas
porque pesa a armadura
do tédio e disfarces.
Bailo em núpcias
nos seios nus dos mares.

Das nuvens recolho
a lã que transborda
tardes cor de rosa.
E borda num sopro
a paz que renova.

Essa paz sou eu.
Em parte. Pois a outra
faz parte do breu.
Lua cheia. Lua nova.

Um comentário:

Simone disse...

Nossa que conto poesia mais lindo adorei fazer parte desse mundo liquido viva meu amigo e poeta cada dia melhor abraço