domingo, 3 de abril de 2011

A Gustavo, indispensável nos versos e como amigo

À noite, na praia do Flamengo


As pálidas luzes de Niterói, inconsoláveis, enfraqueciam - aos poucos.
Mas a escuridão ia me trazendo (à medida
que relendo via tudo isso) um conforto,
claras lembranças e vagas...
como a impenetrável concha cheia de mar e amor.

Meu corpo, ainda morno
(ausente da assepsia indiferente),
se refrescava sem as sombras dos ventos;
e era leve nas duras e serenamente lapidadas nuvens de areia.

Atrás, os rumos dos carros traziam os rumores - antigos
rumores - da prosperidade.
Entretanto, estava já desatento a tudo aquilo;
vivia, pois, minha última saudade:

A saudade do que ainda não se passou.



Um comentário:

sissa disse...

saudade do que?
do que nao passou ou sera o que ja passou?uma dor...