quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Noite de chuva: frio, silêncio e paz


Por que o tempo não se congela hoje
nessa noite de chuva distraída
no telhado, por entre o vão da calha,
abrindo finos poros pelo chão?

Por que o tempo não se congela hoje,
nesse dizer claro mas invisível
que, pingo por pingo de vão destino,
se contradiz mesmo assim de si mesmo?

Porque não se congela hoje, Chuva,
se tudo aqui é tão bom como está?
O frio vagaroso e sussurrado
de sílabas íntimas e molhadas.

Se essa chuva não pode congelar,
guardo-a no momento da memória.
E amanheço já em outra história
- de pétalas azuis rodeadas de sol.

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