quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Paideia: A Moral da História
 

Quem foi Pandora? Foi a primeira mulher criada pelos deuses Gregos para agradar aos homens. Quem foi Eva? Foi a primeira mulher criada por Deus para acompanhar Adão.

Pois bem. O que Pandora fez? Abriu uma caixa que não lhe era permitida abrir. O que Eva fez? Comeu a maçã que também não lhe era permitida. O que aconteceu então? Toda sorte de desgraças se abateram sobre a humanidade (retifico, judaico-cristão e grego apenas). A confiança dos seres divinos rompeu-se.

Mera coincidência? Não. Muito provavelmente esses mitos tiveram caminhos cruzados no mundo antigo. Cada povo com sua leitura.

Os nossos alunos sabem disso? Não. Muito provavelmente a maioria não sabe de Pandora; e não veem a Bíblia como narração mítica nem como lições pedagógicas, apenas como uma narrativa de verdade absoluta e fé irredutível. Aliás, se usar o termo mito está arriscado de o professor ser seriamente hostilizado. No mínimo abandonarem o curso.

Conclusão. Cabe ao educador, sem destituir a crença do aluno, explicar que essas coincidências das estórias (vai aqui com "e") têm laços bem evidentes e que não podem passar despercebidas. Mais do que isso: explicar que toda narrativa mítica-religiosa ultrapassa a mera curiosidade dos acontecimentos em si. Mas que ela está carregada de valores, de símbolos e de uma moral que, mesmo em muitos aspectos atemporal, atendia principalmente a demanda histórica e concreta da sociedade na qual surgiu - da época, portanto. E que, a despeito dos tempos patriarcais em que se vivia, muitas coisas mudaram e só servem como lição do passado. 

O papo é reto: só assim se combate falsos profetas e falsos moralistas.


Prof. Ivo de Souza

Um comentário:

Simone disse...

Isso aí querido amigo e poeta excelente reflexão que nos faz refletir sobre Pandora e a bíblia e tantas verdades ainda!!