sábado, 10 de abril de 2021

Barroco



Se me coloco no lugar do outro,

não sei com quem sou, perco-me já.

Mas se sigo com a bunda no sofá,

num excesso só meu, estarei louco.


Se parte de mim se parte no mundo,

cabe-me dentro a metade confusa,

aquela que me pertence e não muda.

E por ser tão inteiro até me confundo.


Cada um tem seu ser e sua metade;

cada metade de um que, por completo

ser, por silencioso e tão discreto:


é concha no mar que aqui dentro invade.

Sob céu, somos sol e lua, cada estrela.

Universo - e eternidade rasteira.


3 comentários:

Lucia Sá disse...

Gosto bastt dos teus poemas, como gosto das chicórias em que o amargor tempera o que pode ser um sem gosto na vida

Lucia Sá disse...

Gosto bastt dos teus poemas, como gosto das chicórias em que o amargor tempera o que pode ser um sem gosto na vida

Ivo de Souza disse...

Sim. Claro. Obrigado! 🌷