quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A Nadyr Gonçalves de Souza

Nossos Tempos

Mãe, quando terminar esta história
passearemos por Paquetá.
Sim, flutuaremos no mar
sereno e calmo de Paquetá.
E deitados na areia
mergulharemos no calmo e sereno céu de lá.
Convidaremos as nuvens para brincar conosco.
Com elas, faremos formas que não se encontram por cá.
Lá, nessa ilha, as nuvens não choram nunca,
e o mar é vivo líquido de ventre a nos ninar.

Ainda há, mãe, uma história...
Uma longa história por se acabar.
Aí, então, iremos a Paquetá.
E os leves dedos da brisa
levemente irão acariciar nossos cabelos;
e toda trama embaraçada neles
suavemente irá se desenrolar.

Mas, mãe, ainda não terminei a minha...
Ainda falta muito para encontrá-la.
Aí, sim, iremos a Paquetá.
Cantaremos Paquetá!
Dançaremos Paquetá!
Amaremos Paquetá!
Contaremos Paquetá!

Juntos, contaremos nossas infinitas histórias.
Inclusive aquelas que me trazias de lá.
As dos teus primeiros beijos,
selos pequenos e comedidos.
E as dos teus primaveris segredos
que arfavam teus seios, em suspiros?
Algumas, tinham que ir pra casa cedo,
senão vovô brigava contigo.
Outras, levava-as para o travesseiro,
e se via num lindo campo florido.

As histórias são nossas ilhas para sempre!

E depois da ilha, o mar;
e depois do mar, o continente;
e depois do continente, o mundo;
e depois do mundo, um filho:
Ivo, nova ilha a se aventurar.

Mãe, ainda há uma história para contar.
Mas quando terminá-la...
- Ora história que não acaba nunca!
Aí, sim, iremos a Paquetá.

2 comentários:

Alessandro disse...

Gostei Ivo.

Catarina Cunha disse...

Tem gosto de saudade e reverência. Muito bom.