A Nadyr Gonçalves de Souza
Nossos Tempos
Mãe, quando terminar esta história
passearemos por Paquetá.
Sim, flutuaremos no mar
sereno e calmo de Paquetá.
E deitados na areia
mergulharemos no calmo e sereno céu de lá.
Convidaremos as nuvens para brincar conosco.
Com elas, faremos formas que não se encontram por cá.
Lá, nessa ilha, as nuvens não choram nunca,
e o mar é vivo líquido de ventre a nos ninar.
Ainda há, mãe, uma história...
Uma longa história por se acabar.
Aí, então, iremos a Paquetá.
E os leves dedos da brisa
levemente irão acariciar nossos cabelos;
e toda trama embaraçada neles
suavemente irá se desenrolar.
Mas, mãe, ainda não terminei a minha...
Ainda falta muito para encontrá-la.
Aí, sim, iremos a Paquetá.
Cantaremos Paquetá!
Dançaremos Paquetá!
Amaremos Paquetá!
Contaremos Paquetá!
Juntos, contaremos nossas infinitas histórias.
Inclusive aquelas que me trazias de lá.
As dos teus primeiros beijos,
selos pequenos e comedidos.
E as dos teus primaveris segredos
que arfavam teus seios, em suspiros?
Algumas, tinham que ir pra casa cedo,
senão vovô brigava contigo.
Outras, levava-as para o travesseiro,
e se via num lindo campo florido.
As histórias são nossas ilhas para sempre!
E depois da ilha, o mar;
e depois do mar, o continente;
e depois do continente, o mundo;
e depois do mundo, um filho:
Ivo, nova ilha a se aventurar.
Mãe, ainda há uma história para contar.
Mas quando terminá-la...
- Ora história que não acaba nunca!
Aí, sim, iremos a Paquetá.
2 comentários:
Gostei Ivo.
Tem gosto de saudade e reverência. Muito bom.
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