terça-feira, 31 de agosto de 2021

Divisão social do trabalho


O assaltante assaltou o professor
que estudava crimes.
Os crimes eram punidos, na forma da Lei, pelo juiz.
Que tinha livros de Ética e Direito Penal,
comprados na livraria tal, perto de casa,
e editado por famosa editora,
cuja secretária, solteira e assalariada,
tinha uma linda garota.
E assustada com as notícias dos jornais
- entre elas a do nosso perigoso assaltante -
queria que sua única flor se casasse com o juiz,
que, não se sabe por que questão
 - classe, orgulho ou paixão? -
acabou mesmo foi com a promotora.
Porém a moça, já bela e universitária, 
teve uma quedinha
- como quedas d'águas puras e cristalinas
mas, rio abaixo, arrastam cipós, terra e coração -
pelo professor.
Que, além de muitas outras histórias,
contou sobre o assalto e seu assaltante,
que - acredite! - ao final das contas se deu bem.
Pois nas mãos da garota 
- agora mulher, madura e escritora pródiga -
virou personagem de romance.
De best-seller internacional!
E assalto mesmo, meus bons leitores,
só na imaginação...
 
Posto que aqui tudo é paixão:
seria crime, não fosse ficcional.


5 comentários:

Victor disse...

Labirinto de estórias. Gostei! ;)

Simone disse...

Também adorei !! Bastante entrelaçadas as!! histórias se ligam a partir dos livros sempre labirintico beleza de conto viva você grande poeta e contista

Ivo de Souza disse...

Você como sempre muito amável. Bjs.

Unknown disse...

Alpinistas sociais. ... sem escalada, sem rumo,sem escada.

Ivo de Souza disse...

Isso aí 👍