Inspirado na música No Céu da Tarde, de Aloysio Neves.
Para Aloysio Neves
Nuvem que passa
Poderia ser um poema
sobre aquele primeiro beijo,
que estalava louco no pátio
do desejo que se desvenda.
Poderia ser um projeto
cujas escalas musicais
violam cordas do horizonte,
atrás do pássaro liberto.
Poderia ser um discurso
com capas, capelos e palmas
ecoadas no ar etílico
da aura do tempo, ao fim do curso.
Poderia ser um pedido
de noivado sob luz de lua,
testemunha silente do ato
em sua permuta de destinos.
Poderia ser uma carta
do filho-bronze que não veio,
do amor de prata que se foi,
do leito da dor que indaga.
Poderia ser sim: o fim.
A falsificação da resposta,
a punhalada do abismo,
cota-céu sob os pés de Caim.
Cenho sem senhas. Fantasia,
antigos carnavais. O pó,
halo sem luz, lustre sem sala.
Nó que pende. Tudo podia!
Porém, nesse dia que invade,
sentado ao ócio da varanda,
só olhava a nuvem que sumia.
E era branca, no céu da tarde.
6 comentários:
Show!!!
Mais uma vez, muito bom.
Valeu, amigo!
Lindo e inspirador adorei sua bela poesia queridoo amigo e porta sempre maravilhoso amoo!!
Correção amigo e poeta
♥️ Valeu mesmo ♥️
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